É, meus amigos, finalmente chegou a tão esperada temporada de lançamento da colaboração entre Magic: The Gathering — um dos maiores card games do mundo — e Final Fantasy, nossa querida franquia de JRPGs. Tivemos a oportunidade de participar de um evento de pré-lançamento dessa coleção na loja Akiba Station, localizada no bairro da Liberdade, em São Paulo.
Para dar um pouco de contexto aos fãs de Final Fantasy que talvez não estejam familiarizados com o universo de Magic: The Gathering, um evento de pré-lançamento (ou pre-release) é uma espécie de campeonato casual. Nele, os jogadores compram um ingresso e recebem um kit especial com cartas da nova coleção — antes da data oficial de lançamento. A proposta é montar um deck com as cartas que vierem e disputar partidas com outros participantes, todos descobrindo juntos as novidades da coleção.
Esses eventos são muito divertidos, especialmente porque ninguém tem domínio total sobre os decks — o foco é explorar as novas mecânicas, conhecer as cartas, se divertir e, com sorte, fazer novas amizades. Foi exatamente esse o clima que encontrei ao cobrir o campeonato: uma comunidade diversa, com veteranos que jogam desde os anos 90 até iniciantes que estavam recebendo dicas sobre seus primeiros passos no jogo.
A dinâmica do evento é a seguinte: Os jogadores recebem o seu kit de pré-lançamento e tem um período de tempo determinado para abrir os seus boosters – os pacotinhos que contém cartas aleatórias da nova coleção. Depois de montar os decks, os jogadores vão rodando as mesas e jogam entre si em um número de rodadas pré-definidas pela loja e são recompensados pelo seu desempenho com mais boosters e algumas cartas especiais das edições de Colecionador. Ou seja, uma boa forma de já aumentar um pouquinho sua coleção.
Havia também pessoas que nem estavam interessadas em montar decks — eram colecionadores de Final Fantasy que queriam apenas adquirir as cartas pela arte, perguntando sobre raridades como as ilustrações de Yoshitaka Amano. Isso mostra como essa coleção atrai públicos diversos, exatamente como pretende a Wizards of the Coast, criadora de Magic, com a linha Universes Beyond — que já trouxe crossovers com O Senhor dos Anéis, Assassin’s Creed e agora Final Fantasy.
Aproveitamos, é claro, para dar uma boa olhada nos principais produtos da nova coleção — como o belíssimo Starter Kit com dois decks de Cloud e Sephiroth, que tivemos a sorte de levar para casa. Também estavam disponíveis os Bundles e o Kit de Pré-lançamento, que traz uma surpresinha nostálgica: ao alinhar os boosters, é possível recriar a icônica primeira batalha contra Garland, do Final Fantasy original. Foi muito legal acompanhar a empolgação dos jogadores ao abrirem seus pacotes, torcendo para tirar cartas desejadas, como a cobiçada carta do Vivi, de Final Fantasy IX.
Outro destaque do evento é que, mesmo antes do lançamento oficial — marcado para 13 de junho — a coleção Magic: The Gathering — FINAL FANTASY já se tornou a mais vendida da história do jogo, superando até a colaboração com O Senhor dos Anéis. A informação veio do próprio CEO da Hasbro, Chris Cocks, durante uma ligação com investidores.
Mas talvez a revelação mais impactante seja esta: a partir dessa coleção, as cartas de Universes Beyond passam a ser válidas em todos os formatos oficiais de jogo. Isso significa que elas deixam de ser uma “linha paralela” e podem agora aparecer em partidas competitivas — inclusive nos campeonatos mundiais. Sim, isso abre a possibilidade de vermos um “Sephiroth, Fabled Soldier” em um deck competitivo oficial.
Como era de se esperar, a decisão gerou reações mistas. Muitos jogadores mais puristas não ficaram nada felizes com a ideia de ver personagens de outros universos — como Final Fantasy ou Homem-Aranha (tema da próxima coleção anunciada) — invadindo os formatos tradicionais. Alguns temem que Magic vire uma espécie de “Fortnite dos card games”, perdendo sua identidade.
Por outro lado, os crossovers têm sido uma porta de entrada poderosa para novos jogadores e um sucesso comercial estrondoso. Há quem veja nisso uma forma de manter o jogo vivo, relevante e em constante renovação.
O impacto dessa mudança no futuro de Magic: The Gathering? Só o tempo vai dizer.
Pai do Klaus e da Chloe, Produtor Audiovisual, Designer e Fotógrafo nas horas vagas. • ele/dele – Cobrindo notícias de Final Fantasy desde a época que a internet era tudo mato.
